Tulum, os cenotes e a história maia

Por Jennifer Lemos

Há poucas semanas saímos em férias. O destino? México! Não estava nos planos, apesar de sempre ser comentado aqui em casa (Vini morou lá em 2008 e é apaixonado pelo país). Mas a indecisão sobre as fronteiras abertas devido à pandemia e a certeza da vacinação fizeram com que nosso planejamento para esse ano mudasse e, em poucos meses, organizamos nosso roteiro: Tulum e Cidade do México.

Resolvi fazer dois posts para que as dicas sejam bem focadas a quem tem interesse em saber mais sobre esses destinos. Começaremos por Tulum, então.

A cidade tem uma praia linda, mas é o que tem próximo a ela que chama a atenção: a natureza exuberante dos cenotes e as ruínas históricas construídas pelos maias.

Meus olhos viram o novo, algo que nunca imaginei, e foi incrível! Uma experiência que, tenho certeza, jamais esquecerei. Mas nem tudo foram flores e fui tendo pequenos choques de realidade ao longo dos dias: a principal rua turística é totalmente esburacada (não estou exagerando) e, em dias de chuva como os que pegamos lá, parece que estamos fazendo um verdadeiro rally.

Tudo é extremamente caro. E não ligo muito para isso – que já viajou comigo, sabe. Entendo que cidades turísticas vivem disso e, se estou ali, acordei com os preços. Porém, o ditado “quem converte não se diverte” nunca fez tanto sentido. Lá, se você fizer as contas, deixa de viver experiências, – fato!

Em relação à pandemia: cuidado zero: o uso de máscaras não é obrigatório, somente recomendado. Não há álcool gel nos lugares e nem medidas protetivas. Eu sei que as regras são de lá, mas não estava preparada para isso (pelo menos, não ainda). Foi um pouco estranho.

O hotel que ficamos – @kaitulum – tinha uma cama maravilhosa, lençóis, toalhas e travesseiros extremamente confortáveis. Era uma verdadeira graça. Dormi muito bem, como em casa (o que, para mim, é sinônimo de sucesso na escolha). Mas, assim que chegamos, tivemos um problema com a nossa reserva – algo que, até agora, não digeri muito bem. Tudo deu certo no final, mas coloquei os pés na cidade com aquela sensação de que estão tentando nos enganar, tirar alguma vantagem, sabe? E isso não é nada bom. Depois de alguns dias, a impressão que tive é que eles estão tentando prevenir algum calote dos turistas. Uma relação de desconfiança mútua que não faz bem a nenhum dos lados.

Parece bastante coisa, mas são detalhes. Tudo isso não tem tanta importância no contexto geral. Quis comentar para não vender a ideia de perfeição. Na minha opinião, há coisas que precisam ser melhoradas, já que o que tem no México – cultura, comida, clima e energia – não se encontra fácil por aí.

Eu indico conhecer, pois é lindo! LINDO em letras maiúsculas. Além de ter guacamole em qualquer lugar a qualquer horários. Sendo assim, como não amar?

Mas, abaixo, indicações de passeios que valem a pena:

Para chegar no México, pegamos um voo diurno até a capital (são 9 horas, aproximadamente) e, depois, mais 2 horas para Cancún. Dormimos por lá, em um hotel perto do aeroporto: Fairfield Inn by Marriott Cancun Airport (o objetivo não era ficar na cidade, mas ter um lugar confortável para descansar e, nesse quesito, foi tudo ok: indico!). O hotel fica pertinho do aeroporto e tem transfer de 30 em 30 minutos. Na manhã seguinte, já voltamos ao aero para ir até a nossa locadora de carro. #dicadanatu Precisa alugar um carro para se locomover por lá, afinal há praias lindas para conhecer, os cenotes e Chichén-itzá.

A caminho de Tulum, paramos em Playa del Carmen para almoçar e eu amei: além do mar bem azul (estilo Caribe que estamos acostumados a ver em fotos), a cidade conta com uma avenida paralela à praia – a quinta avenida. Somente pedestres são permitidos e há muitos restaurantes, lojas e casas noturnas. Uma delícia de passeio.

Lá, passeamos e paramos em um restaurante tipicamente mexicano para almoçar. Uma delícia e com muitas opções vegetarianas (eu tentei lembrar do nome do restaurante, mas não lembrei).

Depois, seguimos para Tulum onde, de fato, a viagem começava.

PASSEIOS

CENOTE PARQUE DOS OJOS (@CENOTEDOSOJOS) – eu achei incrível. Nunca havia estado em um cenote antes e é muito lindo. Nele, pegamos o pacote completo com aluguel de roupa para mergulho e uma guia para explicar a história e acompanhar os mergulhos nas cavernas (nessas, somente assim – não é permitido ir sozinho). O ideal é chegar cedo para aproveitar bem. E o valor pago compensa (ingressos são comprados na hora). Apesar de tudo ser lindo, o parque não tem uma boa estrutura de banheiros, mas o restaurante tipicamente mexicano e simples, surpreendeu! Passamos lá horas e foi muito legal – vá sem pressa!
 

RUÍNAS DE TULUM – ruínas da civilização maia com uma história que me encantou. Há mais de 500 anos eles tinham barcos, templos e ruas. Eram uma civilização com rotas marítimas, comércio entre eles e com outros países da costa caribenha. Cultuavam Deuses, sabiam que o ano tinha 365 dias e conheciam os planetas. Eu achei incrível!

O ingresso também é comprado no local e há placas (em inglês e espanhol) com explicação suficiente para entendimento.

CHICHÉN-ITZÁ – são 2 horas de viagem, saindo de Tulum. O fuso é diferente e, portanto, na ida ganhamos uma hora. O bom é estar lá assim que abrirem os portões, quando não há ainda muitos turistas e pode-se aproveitar melhor.

Chegando lá, contratamos um guia local. Juan Angel estava na entrada oferecendo seu serviço e não poderíamos ter feito escolha melhor. Ele foi impecável do início ao fim: sabia conduzir o grupo com sua narrativa e respondia todas as perguntas feitas.

O lugar é incrível e a história é repleta de detalhes surpreendentes. Não há como ir para lá e não visitar essa que é uma das 7 maravilhas do mundo moderno.
 
CENOTE IK KIL (CENOTEIKKILOFICIAL) – fica ao lado de Chichen-Itzá e, portanto, é fácil de ir. Bem diferente do “parque dos ojos”, mas tão lindo quanto. Nesse tem lugar para pular de alturas diferentes e, se você curte uma aventura, eu indico!
 
CENOTE SUYTUN (@SUYTUN_CENOTE) – Chichen-itzá, Ik Kil e Suytun foram feitos no mesmo dia, já que esse último cenote fica no caminho de volta e, portanto, encaixa bem no roteiro. Também não precisa de guia, mas o uso de colete salva-vidas é obrigatório em todos eles. Suytum é conhecido por ser bastante “instamagrável”: eles construíram uma passarela que recebe luz solar e, portanto, as fotos ficam incríveis (sugiro pesquisar referências na internet). O ideal é ir ao meio dia, pois a incidência da luz é melhor, mas eu não acho que valha tanto assim fazer passeios corridos para isso. Mas é tudo uma questão de prioridade, né?
 

UM DIA NA PRAIA – independente da praia escolhida para ficar, desfrute ao menos um dia lá. A água é limpa e quentinha e o mar é lindo. Aproveite!

PARA COMER

@MATCHAMAMATULUM – um lugar super fofo com um açaí incrível. Fomos lá em um café da manhã, mas super combina para um lanche da tarde, também.

@GITANO.BEACH – ótimo jantar (que comida era aquela?!) além de ser um lugar super confortável.

@KARMATULUM – tem os famosos “ninhos” que alguns restaurantes oferecem. Há consumação mínima de $100 por pessoa (dentro do restaurante não há consumação mínima). Nós fomos, mas começou a chover e, portanto, aproveitamos muito pouco da vista que é linda. Porém, ficamos para o jantar no restaurante e a comida era muito saborosa. Vale!

MAIS

@CASAMALCA – é um hotel de luxo que possui dois restaurantes. Fomos em um – o japonês – e não achei que vale o preço pago. Porém, está aqui porque o local tem história: era uma das casas do famoso Pablo Escobar e, agora, abre as portas para quem quer passar o dia nas dependências do hotel aproveitando piscina, mar a sossego.

@KAITULUM – o hotel que ficamos também oferece esse serviço (você poder passar o dia por lá). Tem estrutura boa e comida gostosa.

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Renata Hermes
Naturologa
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